Ao povo Metodista
Brasileiro
Assunto:
Manifestações Públicas
“Esteja
sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano. Consolida, para nós, a obra de
nossas mãos; consolida a obra de nossas mãos”!
Salmos 90:17
Para
o Colégio Episcopal da Igreja Metodista, as manifestações populares num Estado
democrático de direitos são sempre bem vindas, pois as pessoas têm o direito de
se manifestarem contra ou a favor daqueles que governam, sejam do poder
executivo, legislativo ou judiciário.
Como
Igreja devemos tomar os devidos cuidados para não nos precipitarmos no
julgamento das motivações das massas, bem como de seus idealizadores. Lembramos
muito bem da multidão neotestamentaria que dizia: “crucifica, crucifica!”
Lutar
por direitos individuais e coletivos, visando o bem de toda a população
brasileira é dever de todo cidadão brasileiro. E, é certo que não tem havido na história a garantia dos
mesmos. Por este motivo o silêncio do povo pode significar aceitação.
Ao
mesmo tempo em que apoiamos as manifestações, não apoiamos seus desvios. A impressão que temos é que esperaram aprovar
a festa, o orçamento, construir o bolo (estádios) e seus enfeites (toda mídia),
trazer os convidados à nossa casa para festejar, para então se unirem contra
tudo, tendo no movimento alguns que saem com o propósito de ferir os
convidados. Muito cuidado nestas horas! Nos manifestar na prevenção, ajuda mais
ao país em suas decisões para evitar gastos desnecessários em vários projetos.
Existem muitas obras desnecessárias paradas e se deteriorando por este Brasil
afora, feitas com dinheiro público que poderia abater no custo das passagens de
ônibus ou investir melhor na saúde e
educação, por exemplo.
Reconhecemos
que o momento auge de uma festa pública não deixa de ser um ótimo momento para
fazer conhecido o descontentamento pessoal e coletivo, contudo alertamos para o
perigo dos excessos nas ações contra quem não aprovou nada, não decidiu nada,
pelo contrario ajudou a pagar a conta de quem organizou a festa.
Como
Igreja, condenamos todo ato de vandalismo contra pessoas e bens privados e
públicos, mesmo porque os públicos foram
feitos com o nosso dinheiro e isto precisa ser respeitado.
Como
bispos e bispa, conclamamos nosso povo, em especial nossa juventude, a que não
fique alheia a estas manifestações, contudo usem dos critérios do Reino de Deus
para ajudar a levedar a massa, para que os resultados requeridos sejam os
melhores para todos os brasileiros.
Alertamos
para que todos estejam atentos aos temas nacionais recorrentes em nosso país
que atentam contra a vida abundante anunciada por Jesus Cristo: justiça e paz para todos e todas é o propósito
de Deus. Já a corrupção e seus corruptores, a homofobia, o mau trato das
mulheres, o racismo, a exploração e abandono das crianças , as drogas lícitas e
ilícitas, a degradação da família , os altos impostos recolhidos pelo leão e o
mau uso dos mesmos são realidades que precisamos combater. Os recursos públicos
precisam priorizar a área da saúde, educação, segurança e combate a miséria.
Esperamos
que a população fique atenta a estes e outros temas e deem respostas nas urnas
nas próximas eleições, façam manifestos pacíficos e bem focados nos temas que
precisam de mudanças urgentes para que o país seja de fato de todos e todas, no
presente o no futuro.
Recomendamos
que “a tempo e fora de tempo” continuem fazendo suas orações a favor de todas
as autoridades que governam sobre nós, pois estão onde estão por permissão de
Deus e pelo voto de cada um de nós. As manifestações populares têm muita força
em sua unidade de propósito, desde que seus fundamentos sejam em prol de uma
vida digna e melhor para todos e todas.
Que
o Deus de toda paz guarde seus corações e mentes em Cristo Jesus e que suas
boas obras sejam manifestas ao mundo na força do Espírito Santo e gere frutos
abundantes de justiça, salvação e vida nova em todo o povo.
Em
oração por suas vidas e pela missão que nos é comum, que é ser testemunhas da
graça de Deus, viver seu amor com intensidade e fazer novos discípulos e
discípulas nos caminhos da missão.
Bispos
e Bispa da Igreja Metodista Brasileira.
São
Paulo, 21 de junho de 2013.